Há 28 anos, os sul-coreanos já sabiam o que fazer
Felipe Lange
[Imagem de um prédio em chamas em Minneapolis, de George Galloway]
Independentemente da discussão sobre racismo e abuso policial, sempre que um distúrbio desse tipo acontece no país (e não foi o primeiro e nem será o último), uma horda de bárbaros oportunistas passa a saquear lojas e destruir propriedade privada. Pessoas pacíficas que não tinham absolutamente nada a ver com a situação são agredidas. Isso por sinal até refuta aquela ideia elitista e demasiado estúpida, de que nos Estados Unidos eles podem se armar "pois são mais civilizados e educados". Essa ideia não é nada diferente de uma casta de nobres ditando o que os servos deveriam ou não fazer no feudalismo.
Em 1992 uma verdadeira baderna ocorreu em Los Angeles. Ela teve como uma das causas o julgamento de quatro policiais envolvidos na prisão do Rodney King, pois houve brutalidade depois de ele ter sido pego (ele era suspeito de dirigir sob influência de drogas), assim como na morte de Latasha Harlins (que aparentemente foi causada por uma reação desproporcional pela dona da loja, que matou ela pelas costas). Os dois eram afro-americanos (Rodney morreu em 2012 por afogamento em uma piscina, provavelmente por efeito de alguma substância).
Na grande cidade do estado da Califórnia, há uma grande comunidade de sul-coreanos, chamada de Koreatown, além de coreanos-americanos, que são americanos com ascendência sul-coreana. A maior comunidade deles no mundo está concentrada nos EUA. Normalmente os imigrantes tendem a formar seus bairros no país americano, pois assim eles conseguem lidar melhor com a realidade de um país estranho, com o qual eles não estão acostumados a conviver. Então, diante de desvantagens do desconhecido, a associação com povos similares acaba sendo comum. Não é diferente do bairro da Liberdade, em São Paulo, formado por imigrantes japoneses. Como a imensa maioria dos imigrantes naquele país cobiçado até os dias de hoje, vieram para trabalhar como assalariados ou mesmo para abrir seus negócios, gerando riqueza para a região. Atualmente, o país tem uma grande força de trabalho de imigrantes, o que é uma das possíveis causas para a média de jornada semanal (um pouco menor do que a brasileira) ser maior do que de alguns países desenvolvidos (jornada anual aqui), já que imigrantes tendem a aceitar trabalhar mais horas.
Diante dos distúrbios de Los Angeles, os coreanos acabaram também sendo vítimas, sendo que eles não tinham nada com isso. A baderna serviu como uma oportunidade para roubos, homicídios e vandalismo. Muitos comércios sul-coreanos foram atacados.
O que os sul-coreanos fizeram? Escolha uma das alternativas:
Usaram livros;
Fizeram marchas pela paz e pintaram seus corpos com símbolos de pombos brancos;
Elaboraram teses de Ciências Humanas expondo a necessidade de o estado gastar mais com ensino, programas sociais e de "ressocialização";
Cantaram "We are the world" junto com os artistas de Hollywood;
Armaram-se e pararam de esperar pela polícia e Guarda Nacional;
Então eles simplesmente se uniram e cooperaram para se defender, com pistolas, espingardas e fuzis, alguns com AK. Imagine você trabalhar sabe-se lá quantas dezenas de horas por semana, por vários anos, para depois aparecer um bando de bárbaros para tocar fogo e destruir tudo aquilo que você construiu.
Direito à posse e porte de armas, assim como o conceito do "neighborhood watch" (que são vizinhos que cooperam entre si e desconfiam de qualquer coisa que potencialmente seja de um bandido, ligando para a polícia; normalmente os vizinhos desconfiam de ladrões de correspondências e encomendas também) poderiam muito ser comuns aqui no Brasil. Em países mais civilizados (pois há décadas o Brasil virou uma barbárie, com bairros residenciais dotados de casas parecendo com prisões), os residentes confiam uns aos outros e cooperam, quando necessário.
Você que mora nos Estados Unidos, que tem sorte de poder possuir boas armas para se defender em casa ou para portar, sem correr risco de ter sua vida destruída por exercer o seu direito legítimo, aproveite para se defender e defender os seus semelhantes.
Agora, um compilado de fotos e vídeos de exemplos de como os coreanos reagiram aos assaltos.
Esqueçam os comentários midiáticos (lá é a mesma coisa, sim, a mídia tradicional odeia também o armamento civil). Eles não estavam atacando pessoas pacíficas e sim espantando vândalos.
Lojistas sul-coreanos se defendendo. Imagem retirada daqui.
Demais fotos retiradas deste site.
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